Recursos do Bandes Emergencial chegam a empresas afetadas pelas chuvas
Três meses após as enchentes na região Sul do Espírito Santo, 105 empresas que sofreram perdas receberam recursos da linha Emergencial do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) e estão se reerguendo. Atualmente, R$ 48 milhões foram liberados ou estão nas fases análise no banco. A maior parte da demanda é de Mimoso do Sul, município mais atingido: quase 110 propostas de financiamento, totalizando aproximadamente R$ 36 milhões.
Além de Mimoso, os recursos também foram destinados para empresas de Alegre, Alfredo Chaves, Apiacá, Bom Jesus do Norte, Guaçuí, Jerônimo Monteiro e Vargem Alta. Com o crédito emergencial do Bandes, as empresas estão investindo em obras, na compra de insumos, matérias-primas e maquinário, assim como no pagamento das despesas até que o faturamento se estabilize novamente.
Apoio a diversos setores
Em momentos de crise, o capital de giro é uma ferramenta necessária para a manutenção das atividades em diversos setores. O crédito emergencial foi destinado para diferentes segmentos econômicos: até o momento, 89,1% do valor liberado foram para o Comércio, 12,2% para o setor de Serviços e 5,9% para a Indústria. No Comércio, entre os negócios atendidos estão mercados, farmácias, lojas de materiais de construção, móveis e de roupas. No setor de Serviços, laboratórios e serviços médicos, telecomunicação e tecnologia receberam apoio. Já na Indústria, empresas de produtos alimentícios, roupas e mármore receberam recursos.
Em Mimoso do Sul, município mais afetado, a lanchonete Texas Grill buscou financiamento. Devido à rotina semanal de renovação de mantimentos, a empresa não sofreu grandes perdas no estoque, mas o período em que precisou ficar fechada trouxe algumas preocupações. Com o crédito, o negócio do casal Lucas Pereira Lopes e Laís dos Santos Coelho quitou as contas e teve capital de giro para continuar funcionando. “No início, eu achava que demoraria bem mais para nos reerguermos. Espero que entre oito meses a um ano, a gente consiga normalizar as atividades”, acrescentou.
“O crédito foi fundamental. Agora, a gente consegue negociar com os fornecedores e, com calma, voltar. Não sentimos dificuldade no processo para conseguir o crédito com o Bandes, foram todos muito ágeis e profissionais. Em um momento tão complicado, ter um banco que incentiva a reconstrução e faz esse serviço é gratificante demais”, Lucas Pereira, proprietário da Texas Grill.
Outra que recebeu o financiamento, a Mega Magazine, loja que trabalha com Tecnologia da Informação e Eletrodomésticos em Apiacá desde 2017, já está vendo os resultados do financiamento liberado. Após as chuvas, as vendas da empresa aumentaram: as perdas de eletrodomésticos e o apoio do Governo levaram os cidadãos a buscarem novas máquinas de lavar, tanquinhos, televisões e armários. O crédito foi usado pela LN para adquirir novos produtos, visto que uma parte considerável do estoque foi perdida na enchente. Além disso, a empresa pretende investir na reforma da loja, atualizando o letreiro e ajustando os espaços prejudicados.
Para o futuro, as expectativas são positivas. “Solicitamos o crédito para investir na compra de materiais e fazer essa gangorra se mexer novamente. Nossa perspectiva, no horizonte próximo, é de poder voltar ao faturamento que tínhamos antes”, disse o dono da empresa, Luís Fernando de Oliveira Souza.
Souza, que é do Rio de Janeiro, reconheceu também o cenário econômico favorável no Estado e o compromisso do banco capixaba com as empresas. "A boa vontade e o trabalho do Bandes me anima muito a investir no Espírito Santo. Hoje, 70% dos meus investimentos estão aqui, devido à facilidade que encontramos no Estado", destacou.
Atuação do Bandes após as enchentes
Dos R$ 60 milhões disponibilizados pelo Fundo de Fortalecimento da Economia Capixaba (Fortec) para a linha Bandes Emergencial, 93,7% foram contratados ou liberados. O banco capixaba tem trabalhado para que os recursos financeiros cheguem às empresas afetadas o mais rápido possível. Além disso, esteve nos 13 municípios atingidos, por meio de parcerias com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e associações empresariais locais.
Uma linha de financiamento emergencial para capital de giro, com condições operacionais atrativas foi criada para as empresas que precisavam voltar a operar o mais rápido possível, com juros reduzidos, equivalentes a 50% da taxa Selic. De acordo com o diretor-presidente do Bandes, Marcelo Barbosa Saintive, a criação da linha emergencial ampliou as possibilidades de acesso ao crédito naquele momento delicado:
“Uma das estratégias fundamentais adotadas pelo Bandes em colaboração estreita com o Governo do Estado foi a criação do FORTEC. Esse fundo específico também foi concebido para oferecer suporte emergencial em situações de calamidade pública, como as recentes chuvas na região sul. O FORTEC representa um marco importante em nossa capacidade de resposta a crises, pois nos permite ter agilidade e diligência na alocação de recursos para áreas prioritárias, como na reconstrução de infraestrutura e no apoio a setores produtivos afetados", pontuou.
"A equipe do Bandes se mobilizou para o atendimento socioeconômico aos empresários desses municípios. Fomos a todos os municípios indicados pelo decreto emergencial para melhor atender às empresas, dando orientação e recebendo as solicitações. Foi um esforço do banco, alinhado com o Governo do Estado, para apoiar a reestruturação dos empreendimentos capixabas e agora estamos vendo os resultados", ressaltou o diretor de Negócios do banco, Marcos Kneip Navarro.
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