25/01/2024 15h17 - Atualizado em 30/01/2024 15h17

Fapes lança edital de R$ 5,3 milhões para incentivar a participação de mulheres na pesquisa científica do Espírito Santo

Num contínuo movimento em prol da equidade de gênero na ciência, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) lançou a 2ª edição do edital exclusivo para pesquisadoras capixabas. Com um investimento robusto de R$ 5,3 milhões, o Edital 21/2023 – Mulheres na Ciência reforça o compromisso do Governo do Estado com a promoção de iniciativas que impulsionam a participação feminina no campo da pesquisa e da inovação.

Com a 2ª edição do edital, a Fapes reafirma seu compromisso em promover ações afirmativas que estimulem a equidade entre os gêneros, alinhando-se ao Plano Estadual de Políticas para as Mulheres do Espírito Santo. A iniciativa busca, ainda, estimular o desenvolvimento de pesquisas lideradas por mulheres no Estado, consolidando o Espírito Santo como um polo de excelência e inclusão na área científica.

"Os bons resultados alcançados na 1ª edição do Mulheres na Ciência já são motivos suficientes para explicar o aumento de recurso destinado a este 2º edital. Antes foram disponibilizados R$ 1,5 milhão para financiar as 45 propostas contratadas. Agora, o recurso subiu para R$ 5,3 milhões! Entendemos que é uma grande ação do Governo do Estado para incentivar as mulheres a serem protagonistas e líderes de projetos de pesquisa próprios, dando a elas o merecido apoio e reconhecimento. O edital Mulheres na Ciência representa uma política afirmativa de valorização da mulher na área científica”, afirmou o diretor-geral da Fapes, Rodrigo Varejão.

Quem pode inscrever propostas?

O período de submissão de propostas já está aberto e segue até o dia 20 de fevereiro. Os projetos devem ser submetidos na plataforma SigFapes: www.sigfapes.es.gov.br.

Podem inscrever propostas pesquisadoras vinculadas a instituições de Ensino Superior e/ou Pesquisa localizadas no Espírito Santo. De acordo com o edital as propostas podem ser inscritas em três faixas:

  1. Exclusiva para coordenadoras mestras – Valor máximo de R$ 60 mil por proposta;
  2. Exclusiva para coordenadoras doutoras, com título obtido há no máximo 10 anos – Valor máximo de R$ 120 mil por proposta;
  3. Exclusiva para coordenadoras doutoras, com título obtido há mais de 10 anos – Valor máximo de R$ 160 mil por proposta.

As propostas devem ser enquadradas em uma das oito grandes áreas do conhecimento defendidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq): Ciências Exatas e da Terra; Ciências Biológicas; Engenharias; Ciências da Saúde; Ciências Agrárias; Ciências Sociais Aplicadas; Ciências Humanas; e Linguística, Letras e Artes. 

Estão disponibilizados R$ 5,3 milhões para financiar as propostas que serão selecionadas. De acordo com a Gerência de Pesquisa e Difusão Científica da Fapes cerca de 50 projetos serão contratados para serem financiados. O recurso é proveniente do Fundo Estadual de Ciência e Tecnologia (Funcitec).

Dados do Ipea e Unesco sobre a desigualdade entre gêneros na ciência

A participação feminina em diversas áreas do conhecimento tem comprovadamente crescido, conforme estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicado em 2021 que demonstra que as mulheres eram cerca de 54% dos estudantes de doutorado no Brasil, o que representa um aumento impressionante de 10% nas últimas duas décadas.

Entretanto, a luta por equidade de oportunidades de gênero e de raça é uma jornada que ainda está sendo percorrida. Quando se trata de representação da mulher na Ciência, Tecnologia e Inovação, elas estão em número bem menor.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), apenas 28% dos pesquisadores do mundo são mulheres, ou seja, ainda há um número baixo de mulheres nos campos científicos.

Outro dado que reforça a importância de ações afirmativas para o combate à desigualdade de gênero é o Prêmio Nobel, que até a atualidade premiou 901 homens e apenas 63 mulheres.

Case de sucesso da 1ª edição do Mulheres na Ciência

Em junho de 2022, a Fapes lançou o edital inédito de apoio às pesquisas científicas coordenadas por mulheres no Estado, com investimento de R$ 1,5 milhão. Ao todo, 72 propostas foram submetidas, sendo 45 projetos contratados.

Um dos projetos em destaque é a nova ferramenta para o combate à violência contra a mulher lançada em setembro de 2023. O aplicativo gratuito foi desenvolvido pelo Programa de Extensão e Pesquisa Fordan, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), com o apoio da Fapes. O projeto, que é da área das Ciências Humanas, é coordenado pela doutora em Ciências Jurídicas e Sociais da Ufes, Rosely Silva Pires, e recebeu da Fundação R$ 49,8 mil.

“O recurso fez toda diferença para criar uma ferramenta que fosse humanizada e funcional para o apoio às mulheres vítimas de violências, além de se aproximar de uma política pública que fosse efetiva em acolher as vítimas e seus filhos, com suporte financeiro, físico e emocional, com a contratação de equipe multidisciplinar. A partir do apoio da Fapes, a gente conseguiu remunerar a equipe da área de tecnologia para desenvolver o aplicativo, a equipe jurídica que acompanha as mulheres, a equipe de saúde para tratar violências físicas e psicológicas”, destacou Rosely Pires.

Foi projetada uma tela inicial no App com a frase “Você não está sozinha” e com base nas informações inseridas (religião, identidade de gênero, orientação sexual, deficiência física e ainda se pertence a uma comunidade quilombola ou alguma aldeia indígena), o aplicativo vai gerar um banco de dados com um mapeamento completo sobre quais mulheres estão enfrentando dificuldades com medidas protetivas, quais boletins de ocorrência não estão sendo devidamente registrados e, mais importante, identificar as principais vítimas de feminicídio.

Os desenvolvedores do projeto criaram uma possibilidade essencial para a mulher agilizar a denúncia de violência sofrida e sem ter o desgaste emocional de se dirigir à delegacia para registrar um Boletim de Ocorrência. Outras grandes facilidades estão no fato de poder pedir medida protetiva urgente e pedido de pensão alimentícia. Nos casos urgentes de violência, o App oferece a possibilidade de a mulher poder acionar a função "chamar a polícia", em que pode ser ligado o localizador do celular para facilitar a localização da vítima.

Serviço:

Informação à Imprensa:
Assessoria de Comunicação da Fapes
Samantha Nepomuceno
(27) 3636-1867
comunicacao@fapes.es.gov.br

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