21/05/2024 12h41 - Atualizado em 27/05/2024 17h41

Projeto transforma Estrada de Ferro Leopoldina em polo turístico no Espírito Santo

Um marco significativo no turismo do Espírito Santo foi apresentado na Secretaria do Turismo (Setur), nesta segunda-feira (20). O Projeto Conceitual de Utilização do Espaço da Ferrovia Leopoldina foi apresentado em uma reunião que contou com a presença do secretário de Estado do Turismo, Philipe Lemos; do deputado federal Gilson Daniel, do prefeito de Vargem Alta e responsável pelo projeto na Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), Elieser Rabello; além de representantes das 11 prefeituras envolvidas na proposta. 

A Estrada de Ferro Leopoldina tem uma rica história que remete a 1856, quando teve início em Minas Gerais, expandindo-se posteriormente para o Espírito Santo e o Rio de Janeiro. Durante décadas, a ferrovia desempenhou um papel crucial no desenvolvimento econômico e social das regiões que atravessava. Privatizada em 1990, parte de suas linhas foram incorporadas pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e, mais tarde, pela VLI. Contudo, desde 2017, a ferrovia encontra-se abandonada, com operações suspensas e infraestrutura deteriorada. 

Em 2023, municípios do Espírito Santo uniram-se em uma reivindicação ao governo federal para a doação das áreas de domínio da ferrovia, citando abandono e atos de vandalismo. A malha ferroviária no Estado, com uma extensão de 257 quilômetros, atravessa 11 municípios: Vila Velha, Cariacica, Viana, Domingos Martins, Marechal Floriano, Alfredo Chaves, Vargem Alta, Cachoeiro de Itapemirim, Atílio Vivácqua, Muqui e Mimoso do Sul. 

O projeto de reutilização da Ferrovia Leopoldina visa transformar trechos desativados em atrativos turísticos multifuncionais, que poderão incluir: 

Ciclovia ou Trilha para Caminhada: Aproveitar a infraestrutura linear para passeios ciclísticos e trilhas, proporcionando um espaço seguro e agradável para atividades ao ar livre.

Vagões Bistrô: Convertendo vagões inativos em estabelecimentos de gastronomia, promovendo a culinária local e produtos regionais.

Museus sobre Trilhos: Transformar vagões ou estações em museus que abrigam exposições variadas, resgatando a história das cidades.

Centros Culturais ou Casas do Turismo: Utilização das estações desativadas como centros culturais, galerias de artesanato, e espaços para apresentações artísticas.

Mirantes: Criação de mirantes para contemplação da natureza, atraindo turistas com espaços instagramáveis.

Feiras e Mercados: Adaptação de áreas desativadas para sediar feiras e mercados temporários, impulsionando a economia local.

Parque Linear: Implantação de parques lineares ao longo dos trilhos, revitalizando espaços e promovendo convívio social. 

O secretário Philipe Lemos enfatizou a importância do projeto: "São mais de 250 quilômetros de trilhos que passam por 11 municípios. O objetivo é reutilizar esses espaços para o empreendedorismo, cultura e turismo. Vamos levar um ofício ao ministro dos Transportes, Renan Filho, assinado pelo governador Renato Casagrande, por mim e pelos prefeitos, solicitando a devolução da ferrovia para os municípios." 

O projeto segue para as seguintes fases: 

Diagnóstico: Análise da infraestrutura existente, avaliação socioeconômica e identificação de trechos com potencial turístico.

Estudo de Viabilidade: Análise de mercado, perfil do turista, estimativas de custos e viabilidade técnica.

Consolidação das Propostas: Obras de recuperação, restauração de estações e reforma de vagões.

Manutenção: Prefeituras serão responsáveis pela manutenção dos espaços recuperados e pelo desenvolvimento de atividades turísticas variadas. 

Vale destacar que este projeto promete transformar a Ferrovia Leopoldina em um corredor vibrante de atividades culturais, gastronômicas e turísticas, revitalizando a história e o patrimônio da região enquanto impulsiona o desenvolvimento local.

 

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